Lead — A MSC Cruzeiros decidiu impedir o uso de óculos inteligentes nas áreas de circulação coletiva de toda a sua frota, incluindo o recém-lançado Ray-Ban Meta Gen 2. A medida, que permite o equipamento apenas dentro das cabines, foi criada para preservar a privacidade de viajantes e funcionários diante da popularização de dispositivos capazes de registrar fotos, vídeos e transmissões de forma quase imperceptível.
Quem tomou a decisão e a quem ela se aplica
O grupo MSC, operador de cruzeiros com rotas em vários continentes, é o responsável pela nova determinação. A regra atinge todos os passageiros, independentemente da categoria de cabine ou da duração da viagem, e também se estende a visitantes que eventualmente embarquem em trechos específicos. Profissionais terceirizados e colaboradores fixos da companhia igualmente estarão sujeitos aos mesmos limites nas áreas de uso comum.
O que está proibido e onde a proibição vigora
Entram na lista de equipamentos barrados em espaços coletivos quaisquer acessórios que possibilitem gravação ou transmissão sem que o ato seja facilmente perceptível. O principal exemplo citado é o Ray-Ban Meta Gen 2, lançado globalmente em setembro de 2025, mas a orientação abrange outros produtos de categoria semelhante. Piscinas, restaurantes, lounges, shoppings internos, corredores, academias e salões de espetáculos são classificados como ambientes públicos e, portanto, sujeitos à restrição.
Contexto e motivos para a adoção da política
A preocupação central da MSC é impedir que hóspedes e funcionários sejam capturados em áudio ou vídeo sem consentimento prévio. Óculos inteligentes se assemelham a modelos convencionais, mas escondem câmeras, microfones e conexões sem fio capazes de publicar o material instantaneamente em redes sociais. A companhia avalia que o aumento do uso dessas tecnologias tornou necessário um posicionamento formal para evitar violações de privacidade dentro de seus navios, onde milhares de pessoas convivem em espaços compartilhados durante toda a viagem.
Como a fiscalização será conduzida a bordo
De acordo com a diretriz publicada pela armadora, qualquer membro da tripulação pode intervir caso encontre um hóspede utilizando óculos inteligentes em local restrito. O objeto poderá ser recolhido e guardado com o time de segurança até o fim da viagem, quando será devolvido ao proprietário. A empresa não detalhou procedimentos específicos de armazenamento, mas esclareceu que a retenção será temporária e que não haverá multa adicional para o passageiro.
Permissão de uso dentro dos camarotes
Embora o emprego do Ray-Ban Meta Gen 2 e de dispositivos equivalentes esteja vetado em áreas públicas, o passageiro continua autorizado a utilizá-los no interior de seu quarto privativo. Dentro da cabine, as gravações são consideradas de caráter pessoal, e a companhia entende que não há risco de exposição involuntária de terceiros. Ainda assim, a MSC recomenda que os hóspedes comuniquem possíveis companheiros de viagem antes de iniciar qualquer registro de áudio ou vídeo.
Outros eletrônicos com limitação semelhante
Os drones constituem o segundo grupo de equipamentos mencionados na política. O viajante pode embarcar com o dispositivo, mas não tem permissão para operá-lo em nenhuma dependência do navio. Caso pretenda utilizá-lo em passeios em terra, o hóspede deve verificar as normas do país ou da cidade visitada. A fiscalização das autoridades locais é de responsabilidade do próprio usuário, e a MSC não assume eventuais conflitos legais.
Especificações técnicas que tornam o Ray-Ban Meta Gen 2 um ponto crítico
O Ray-Ban Meta Gen 2 reúne recursos avançados de captura multimídia em estrutura quase indistinguível de um óculos de sol tradicional. O modelo vem equipado com câmera ultrawide de 12 megapixels, capaz de gravar vídeos na resolução de 3K a 30 quadros por segundo, além de registrar fotografias em 3.024 × 4.032 pixels. Cinco microfones distribuídos pela armação captam o som ambiente em 360 graus, otimizando a clareza da voz e reduzindo interferências.
Dois alto-falantes posicionados próximos aos ouvidos permitem ao usuário escutar conteúdo sem o isolamento de fones de ouvido convencionais, o que torna ainda mais discreta a interação com o óculos. Internamente, há 32 GB de armazenamento para manter registros de viagens e passeios. A conectividade é garantida por Wi-Fi 6 e Bluetooth 5.3, tecnologias de última geração que asseguram transferência rápida de dados e emparelhamento com smartphones. O dispositivo possui certificação IPX4, que protege contra respingos d’água, e bateria projetada para durar até oito horas em uso contínuo.

Imagem: Reprodução
Impacto da gravação discreta em ambientes com grande circulação
Em um cruzeiro típico, as áreas públicas concentram centenas ou até milhares de pessoas durante atividades de lazer, refeições e entretenimento. A presença de câmeras ocultas potencializa o risco de capturar imagens em trajes de banho, conversas particulares ou simples momentos de descanso sem que os indivíduos tenham ciência. A MSC afirma que a regra busca mitigar esse risco e oferecer um ambiente no qual todos se sintam confortáveis, independentemente do grau de familiaridade com tecnologias vestíveis.
Comparação com políticas de empresas de outros setores
Embora a notícia em pauta trate especificamente de navios, iniciativas parecidas já surgiram em museus, cinemas e eventos corporativos que solicitam o desligamento ou cobrem lentes de dispositivos deste tipo. A decisão da MSC segue a mesma lógica de impedir registros não autorizados, mas aplica-se a um cenário peculiar: cruzeiros concentram pessoas em estadias prolongadas e espaços relativamente reduzidos, elevando a sensibilidade em torno da exposição de imagens particulares.
Possíveis consequências para o não cumprimento
O comunicado interno estabelece que o descumprimento da norma pode resultar no confisco temporário do item, mas não menciona penalidades financeiras. No entanto, o passageiro que se recusar a entregar o equipamento ou insista em utilizá-lo poderá ser enquadrado em cláusulas mais amplas do contrato de viagem, que preveem medidas disciplinares, inclusive desembarque compulsório em portos intermediários, caso a direção da embarcação julgue necessário para manter a ordem e a segurança a bordo.
Expectativa de convivência equilibrada entre tecnologia e privacidade
Ao liberar o uso dos óculos apenas no espaço privado das cabines, a MSC demonstra não ser contrária à tecnologia em si, mas à forma como ela pode afetar terceiros. A decisão reflete o equilíbrio que empresas de turismo buscam entre oferecer experiências modernas e preservar direitos individuais. Sinais luminosos indicativos de gravação existem nos óculos inteligentes, porém podem ser difíceis de perceber em locais com luz natural intensa ou multidões, reforçando a cautela da armadora.
Orientações finais para quem pretende viajar com óculos inteligentes
Passageiros que planejam levar o Ray-Ban Meta Gen 2 ou dispositivos equivalentes devem guardar o acessório antes de sair do quarto e só voltar a utilizá-lo dentro da cabine. O mesmo conselho vale para drones, que devem permanecer armazenados até que o viajante desembarque em porto onde a legislação local autorize o voo. Manter a atenção às regras reduz contratempos, evita a apreensão de objetos e contribui para um ambiente cordial entre hóspedes e equipe.
Cenário futuro e possíveis ajustes na política
A MSC não informou se a diretriz sofrerá revisões conforme novos modelos de óculos smart cheguem ao mercado, mas deixou claro que qualquer dispositivo capaz de gravar ou transmitir de maneira discreta será enquadrado nos mesmos critérios. Assim, enquanto a tecnologia evolui, a companhia sinaliza que suas prioridades continuarão focadas em proteger a privacidade e garantir uma experiência tranquila a bordo.
Sem estimar prazo para reavaliação, a empresa reforça que a política já está em vigor e vale para todas as próximas saídas de seus navios. Dessa forma, futuros viajantes têm orientação clara sobre o que podem ou não utilizar nos espaços coletivos e quais procedimentos seguir para desfrutar de suas tecnologias pessoais sem infringir as normas internas.

Paulistano apaixonado por tecnologia e videojogos desde criança.
Transformei essa paixão em análises críticas e narrativas envolventes que exploram cada universo virtual.
No blog CELULAR NA MÃO, partilho críticas, guias e curiosidades, celebrando a comunidade gamer e tudo o que torna o mundo dos jogos e tecnologia tão fascinante.

