Celulares que fracassaram em 2025: entenda por que iPhone Air, Galaxy S25 Edge, Z Flip 7 FE e Huawei Mate XT Ultimate não convenceram

O ano de 2025 ficará marcado pela intensa movimentação no mercado de smartphones, impulsionada por lançamentos que tentaram antecipar tendências como aparelhos ultrafinos, dobráveis e versões com ficha técnica cada vez mais robusta. Mesmo em meio a esse cenário de inovação acelerada, quatro modelos chamaram atenção não pelo sucesso, mas pela recepção distante do consumidor. iPhone Air, Galaxy S25 Edge, Galaxy Z Flip 7 FE e Huawei Mate XT Ultimate chegaram com grandes expectativas, porém registraram vendas inferiores às projeções, sofreram cortes de produção ou acabaram ameaçados de descontinuação. Abaixo, são detalhados os fatores que explicam como e por que cada um desses dispositivos acabou classificado como um dos maiores fracassos de 2025.

Panorama do mercado mobile em 2025

Durante 2025, fabricantes globais apostaram em formatos diferenciados para se destacar num segmento considerado maduro. A busca por diferenciação levou marcas a competir em três frentes principais: celulares com espessura mínima, modelos dobráveis em múltiplos eixos e topos de linha equipados com processadores de litografia avançada. A receptividade do público, entretanto, mostrou que nem toda inovação técnica se converte automaticamente em valor percebido. Preços elevados, autonomia de bateria abaixo do esperado e a reutilização de componentes limitaram o apelo de certos lançamentos. Os quatro aparelhos analisados a seguir se enquadram nesse contexto, evidenciando como a distância entre expectativa e aceitação pode comprometer a vida comercial de um produto.

Critérios que definiram o “flop”

A expressão “flop” sintetiza situações em que a demanda efetiva fica abaixo das metas internas das fabricantes. Entre os indicadores observados em 2025 estão: redução de produção poucos meses após o lançamento, volume de vendas desproporcional em relação a aparelhos equivalentes da mesma linha, decisão de descontinuar toda a família de produtos ou dificuldade em justificar o preço diante de alternativas no mercado. Os quatro modelos apresentados reúnem, em maior ou menor grau, esses sinais.

iPhone Air: o ultrafino da Apple sem fôlego competitivo

QUEM: Apple, conhecida por controlar o portfólio de forma limitada e coesa.
O QUÊ: iPhone Air, sucessor indireto da versão Plus e primeiro “ultrafino” do ecossistema da empresa.
QUANDO: lançamento em setembro de 2025, ao lado da série iPhone 17.
ONDE: mercado global, com ampla distribuição nas mesmas regiões atendidas pela linha principal.
COMO: espessura de apenas 5,6 mm para disputar o segmento de dispositivos finos.
POR QUÊ: a empresa buscava preencher uma lacuna entre os modelos básicos e as variantes Pro, criando algo diferenciado em design.

Apesar da proposta arrojada, veículos internacionais relataram procura inferior ao previsto. Segundo o portal Nikkei Asia, consumidores passaram a optar pelos tradicionais iPhone 17 e iPhone 17 Pro, considerados mais equilibrados em bateria e recursos. Informações de bastidores indicaram um corte de produção para menos de 10 % do volume inicialmente planejado, movimento que alimentou rumores sobre a extinção da recém-criada linha Air. A hipótese ganhou força quando portais especializados sugeriram a substituição do modelo por um futuro iPhone dobrável.

Em meio às especulações, o banco de investimentos TD Cowen enviou comunicação a investidores negando uma redução motivada por baixa demanda. A instituição estimou 3 milhões de unidades fabricadas no terceiro trimestre de 2025 e outras 7 milhões no quarto. Ainda assim, a divergência entre projeção e interesse de compra manteve o iPhone Air na posição de um dos aparelhos menos procurados do ano, resultado suficiente para pôr em xeque sua continuidade.

Galaxy S25 Edge: vendas aquém do previsto e linha em risco

QUEM: Samsung, líder global em volume de smartphones.
O QUÊ: Galaxy S25 Edge, variante ultrafina da família S25.
QUANDO: chegada ao mercado em maio de 2025.
ONDE: principais mercados em que a marca atua, inclusive o brasileiro.
COMO: carça finíssima e tela ampla, mas com sacrifícios de bateria.
POR QUÊ: competir diretamente com o segmento de ultrafinos antes da entrada do iPhone Air.

A estratégia da Samsung previa que o modelo Edge ganhasse espaço dentro da linha premium, reduzindo o intervalo entre as versões padrão e Ultra. No primeiro mês, foram computadas apenas 190 mil unidades vendidas, número muito inferior às 1,17 milhão de unidades do Galaxy S25 convencional no mesmo período. Fontes internas apontaram dois obstáculos principais: preço elevado e autonomia de bateria reduzida, reflexos diretos da espessura mínima do aparelho.

Com base nesse desempenho, a fabricante teria decidido cortar a produção já no primeiro trimestre pós-lançamento. A agência sul-coreana Newspim informou que a Samsung não apenas interrompeu novas remessas, mas comunicou colaboradores sobre a descontinuação definitiva da linha Edge. Assim, o previsto Galaxy S26 Edge não chegará ao mercado e a empresa pretende concentrar esforços em outras sub-séries mais rentáveis. A repercussão negativa transformou o S25 Edge em um exemplo de como especificações sedutoras nem sempre compensam limitações práticas percebidas pelos usuários.

Galaxy Z Flip 7 FE: a Fan Edition que não entregou custo-benefício

QUEM: Samsung, com histórico de versões Fan Edition voltadas para equilíbrio entre preço e desempenho.
O QUÊ: Galaxy Z Flip 7 FE, primeiro dobrável “custo-benefício” da companhia.
QUANDO: lançamento em julho de 2025.
ONDE: mercados selecionados, inclusive Brasil.
COMO: reutilização da plataforma do Z Flip 6, agora em um modelo renomeado.
POR QUÊ: ampliar o alcance dos dobráveis a um público que busca preço mais acessível.

Na prática, a empresa manteve a parte interna do Z Flip 6, apenas alterando o nome do produto, atitude que reduziu o impacto de novidades. O preço oficial de R$ 6.699 distanciou o FE da proposta de valor competitivo, principalmente porque o Z Flip 7 convencional foi tabelado em R$ 8.199, e o Z Flip 6, lançado no ano anterior, passou a figurar em marketplaces pela metade do valor original. A combinação de hardware reciclado e diferença de preço pouco convincente desalinhou percepção de custo-benefício, fazendo o consumidor potencial migrar para a geração anterior.

Sem grandes mudanças técnicas ou redução significativa de preço, o Z Flip 7 FE não conquistou participação relevante e reforçou a lição de que a designação “Fan Edition” precisa sustentar-se em corte real de custos ou incremento concreto de funcionalidade.

Huawei Mate XT Ultimate: o primeiro trifold que permaneceu em nicho

QUEM: Huawei, fabricante chinesa conhecida por investir em formatos diferenciados de tela.
O QUÊ: Mate XT Ultimate, primeiro smartphone trifold lançado no mundo.
QUANDO: apresentação global em 2024 e chegada oficial ao Brasil em 2025.
ONDE: circulação restrita em mercados selecionados, com destaque para o preço no Brasil.
COMO: design que se desdobra em três partes, gerando ampliação de área útil.
POR QUÊ: posicionar a marca como pioneira em dobráveis de múltiplos eixos.

A ousadia estrutural trouxe um custo igualmente elevado. Com preço sugerido de R$ 33 mil, o Mate XT Ultimate assumiu o posto de aparelho mais caro à venda no país, equivalente ao valor de um automóvel de entrada ou a uma viagem à Ilha de Fernando de Noronha. Além do impacto financeiro, o modelo chegou sem suporte à rede 5G e equipado com processador de 7 nanômetros, litografia já superada por chips de 3 ou 4 nanômetros presentes em flagships contemporâneos. Essa combinação resultou em desempenho inferior ao praticado em rivais mais baratos.

A funcionalidade de três dobras, embora tecnicamente impressionante, oferece ganhos de produtividade limitados para usos cotidianos, característica que restringiu o interesse a entusiastas ou colecionadores. O alto custo, somado a especificações aquém do segmento premium, consolidou o Mate XT Ultimate como um dos dispositivos menos recomendados de 2025.

Efeitos para as fabricantes e lições do ano

A sequência de lançamentos com baixa adesão demonstra que inovação isolada não garante sucesso comercial. Apple, Samsung e Huawei, mesmo contando com reconhecimento global, enfrentaram os seguintes desafios: determinar preços que justifiquem novidades, equilibrar design extremo com autonomia de bateria e evitar reciclar hardware sem benefícios tangíveis ao usuário. A resposta do público em 2025 sugere que, por mais que o avanço tecnológico seja desejável, o mercado permanece sensível à relação entre custo, desempenho e utilidade prática.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *