Experiência de compra do Apple Vision Pro com chip M5 expõe falhas de atendimento em duas lojas na região de Montreal

Palavra-chave principal: Apple Vision Pro

Quem foi o comprador e qual produto tentou adquirir

O caso envolve um consumidor que se descreve como um dos raríssimos compradores do Apple Vision Pro equipado com chip M5. Segundo o próprio relato, ele calcula que apenas meia dúzia de pessoas no mundo tenham desembolsado quantias semelhantes neste lançamento específico. O dispositivo custou quase US$4.000 nos Estados Unidos e superou C$5.000 quando a transação ocorreu no Canadá, onde ele reside nas proximidades de Montreal.

O que motivou a tentativa de compra

O interesse do cliente surgiu após testes prévios com o Vision Pro baseado no chip M2. A expectativa era perceber ganhos relevantes de desempenho prometidos para a geração M5. Entre os pontos de atenção estavam velocidade na execução de aplicativos, qualidade visual e eventual correção de limitações já identificadas no modelo anterior, sobretudo no que diz respeito ao peso do headset e ao conforto de uso prolongado.

Primeiras impressões técnicas comparando M2 e M5

No contato inicial com o novo modelo, o comprador constatou velocidade superior e pequenas melhorias, mas não enxergou evolução que justificasse o investimento integral de um novo equipamento. O M5 apresentou resposta mais rápida, todavia as diferenças, dentro dos aplicativos disponíveis hoje, pareceram discretas. O conjunto permanece pesado, causa cansaço ocular e deixa marcas no rosto, ainda que a faixa de cabeça redesenhada traga alívio moderado. Essas observações levaram o usuário a cogitar devolver o produto recém-adquirido e buscar um Vision Pro de geração anterior no mercado de usados, a menos da metade do preço.

Primeira tentativa: Apple Store Fairview Pointe-Claire

A experiência de compra começou em uma loja de shopping chamada Fairview Pointe-Claire, já próximo do horário de encerramento das atividades. Ao comunicar ao gerente o desejo de adquirir o Vision Pro, o consumidor notou entusiasmo incomum, atribuído não à demanda usual por produtos Apple, mas ao fato de o headset rara vez sair do estoque. Apesar do esforço da equipe, a transação não foi concluída porque a loja não dispunha da versão compatível com o tamanho de suporte de cabeça do comprador.

Segunda tentativa: Apple Saint-Catherine, centro de Montreal

Diante da indisponibilidade, o cliente dirigiu-se à unidade Apple Saint-Catherine, a única que permanecia aberta até 20h naquele dia. Por contratempos no trânsito, ele chegou aproximadamente cinco minutos antes do fechamento. Já na entrada, foi abordado pelo segurança terceirizado com a pergunta sobre o método de pagamento, o que causou estranhamento e foi interpretado como postura inadequada. Mesmo estando dentro do horário comercial, o funcionário tentou impedir a entrada.

Após superar o bloqueio, o consumidor procurou uma gerente de loja e reiterou o interesse em adquirir o Vision Pro. O pedido foi recusado com o argumento de que “faltava pouco tempo para montar o kit”, sugerindo retorno em outro dia. O cliente saiu sem o dispositivo e com dúvidas sobre o alinhamento da atitude aos padrões habituais de excelência divulgados pela empresa.

Reação formal: e-mail endereçado à liderança da Apple

De volta para casa e insatisfeito, o comprador redigiu um e-mail ao diretor-executivo da Apple relatando os obstáculos. Ele reconhece que comunicados desse tipo raramente recebem leitura direta da alta liderança, mas confia que casos considerados graves são encaminhados a equipes responsáveis. No dia seguinte, diversas ligações de representantes da companhia confirmaram a abertura de investigação interna.

Nova abordagem à primeira loja e concretização da venda

Dois dias após o incidente, o comprador retornou à Apple Store Fairview Pointe-Claire, onde finalmente havia estoque do suporte de cabeça adequado. Nessa ocasião, o atendimento foi cordial: a equipe demonstrou paciência, interagiu com o filho do consumidor enquanto configurava o headset e mostrou disposição amistosa. Entretanto, salientou-se a falta de experiência prática dos vendedores com o Vision Pro, posto que ninguém havia realizado uma venda do produto até então. O processo de registro no sistema demandou auxílio e apresentou ritmo lento.

Problemas de embalagem e logística interna

Na etapa final, os funcionários tentaram acomodar a caixa do Vision Pro em sacolas. A versão com chip M5 possui embalagem maior que a do modelo M2, e a equipe rasgou duas sacolas ao tentar acomodar o volume. Esse detalhe indicou ausência de teste prévio de compatibilidade entre o produto e os materiais de transporte disponíveis na loja. Mais tarde, em casa, o comprador verificou desalinhamento dos lacres e suportes internos de papel amassados ou soltos, destoando do acabamento tradicionalmente associado à marca.

Análise dos pontos críticos levantados pelo comprador

1. Falta de estoque compatível: Na primeira visita, a indisponibilidade do tamanho correto de suporte de cabeça impediu a conclusão da venda. O episódio revela limitação de inventário para um produto já classificado como caro e de distribuição restrita.

2. Abordagem inadequada na porta: Pergunta sobre forma de pagamento antes mesmo da entrada foi considerada pouco profissional e potencialmente discriminatória, ainda mais tendo em vista o alto valor do dispositivo e a urgência de um atendimento consistente.

3. Recusa de venda por motivo de tempo: A gerente da segunda loja alegou falta de minutos suficientes para montar o kit, contrariando a política que mantém a loja aberta até o último cliente. O motivo foi interpretado como descaso perante quem se dispõe a investir quantia elevada.

4. Inexperiência da equipe: Durante a compra efetiva, foi necessário suporte adicional para finalizar o processo no sistema. Isso revelou treinamento insuficiente em torno do Vision Pro, mesmo meses após o início das vendas.

5. Problemas de embalagem: Sacolas rasgadas e lacres tortos sugerem ausência de procedimentos padronizados para um item que deveria refletir atenção minuciosa. O desalinhamento contraria a reputação de meticulosidade que acompanha a empresa historicamente.

Posicionamento da empresa após a reclamação

O gerente com maior nível hierárquico da loja onde ocorreu a negativa de venda telefonou duas vezes ao comprador. Na primeira, informou a abertura oficial de investigação; na segunda, apresentou as medidas imediatas tomadas:

– Contato com a empresa terceirizada responsável pela segurança;
– Reforço à equipe de que a loja deve permanecer aberta até o horário informado;
– Orientação de que, estando o cliente no interior, o produto precisa ser vendido sem objeções.

Reflexões do usuário sobre o valor do Vision Pro M5

Mesmo após a compra, o leitor pondera trocar o M5 por um Vision Pro M2 de segunda mão. As razões giram em torno de custo-benefício: por cerca da metade do preço, identifica desempenho suficiente para atividades realistas, como monitor virtual, consumo de mídia e uso pontual de aplicativos. Ele aponta escassez de apps dedicados ao headset e cita falta de engajamento de desenvolvedores, dificultando justificar investimento próximo de quatro mil dólares.

Consequências imediatas para a jornada do cliente

O episódio gerou percepção de que, neste caso específico, o padrão de experiência prometido não se concretizou. Da abordagem inicial até a abertura da caixa em casa, ocorreram falhas que fragilizaram a confiança tradicionalmente associada à marca. Ainda que a empresa tenha respondido prontamente à reclamação, os acontecimentos destacam a necessidade de alinhamento entre discurso e prática, sobretudo em produtos de valor elevado e tiragem limitada.

Situação atual e conclusão implícita dos fatos

Até o momento do relato, o consumidor mantém o headset M5, mas avalia seriamente a devolução. Enquanto isso, a Apple prossegue na investigação interna e afirma ter orientado suas equipes. O quadro revela que produtos inovadores, quando aliados a preços altos, exigem não apenas avanços técnicos, mas também execução precisa em cada ponto de contato com o público. No caso relatado, a cadeia de atendimento não acompanhou as expectativas criadas em torno do Apple Vision Pro, levando o comprador a questionar a razão principal para adquirir ou permanecer com o dispositivo.

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